O Monumento Natural das Árvores Fossilizadas do Tocantins (Monaf), Unidade de Conservação (UC) de Tempo Integral, de gestão do Governo do Estado, por meio do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), completou 19 anos de criação nessa sexta-feira, 4. Localizado no distrito de Bielândia, município de Filadélfia, o monumento é considerado uma das mais representativas florestas fossilizadas do planeta.
Nesta data especial, o Monaf contabiliza os melhores resultados da sua história. Pelo 4º ano consecutivo não registra nenhum incêndio florestal no seu interior, no período de seca. Para o supervisor da UC, Hermísio Alecrim Aires, a manutenção do equilíbrio ambiental e a segurança da Unidade de Conservação ocorrem também pela participação ativa dos proprietários rurais da região.
“Estamos muito satisfeitos porque o Monaf tem conseguido vencer os desafios que vão desde a missão de proteger e conservar o patrimônio natural fossilífero à promoção do diálogo com a comunidade local, que muito tem contribuído com as atividades da Unidade. Outro aspecto positivo é referente às ações desenvolvidas pela Brigada de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais”, frisou o gestor.
No bioma cerrado, o Monaf é considerado a maior Unidade de Conservação da categoria “Monumento Natural”, obtendo essa classificação pela existência de sítios paleontológicos naturais, raros e singulares, onde são encontrados fósseis de árvores pré-históricas da flora Permiana, com idade entre 252 a 295 milhões de anos atrás, último período da era Paleozoica.
Destacam-se entre os atrativos, os afloramentos de fósseis, o Mirante Bom Jardim, ecótonos com afinidades amazônicas e matas secas. O Monumento é formado por zonas distintas com peculiaridades quanto aos seus usos, pois além das zonas de proteção integral, possui outras que permitem atividades de pecuária de pequeno porte, agricultura de subsistência e também ocupação humana.
Fósseis – patrimônios da União
Em 1996, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) emitiu uma licença de pesquisa a uma mineradora, entretanto, ao invés de pesquisar a riqueza natural da região, o empreendedor explorava e comercializava de forma irregular os fósseis, que são patrimônios da União. Com a finalidade de combater esta exploração ilegal, o Governo do Tocantins criou, por meio da Lei nº 1.179/2000 de 04 de outubro de 2000, o Monumento Natural das Árvores Fossilizadas.
A gestão do Monaf destaca também como ação relevante, a “Carta de Serviços”, que tem fortalecido a Unidade, pois oficializa ações como oferecer à comunidade e aos visitantes, acesso a sede da UC; prevenção, controle e combate a incêndio florestal; apoio a realização de aceiros negros (queimada controlada) em propriedade rural no seu interior; apoio a pesquisa e trabalho científico e reuniões com o Conselho Consultivo.
Outras atividades também contribuem com os bons resultados da Unidade como o recebimento e encaminhamento de denúncia ambiental; realização de ronda permanente para monitoramento ambiental; manter condição básica quanto à manutenção da sua operacionalidade; palestras de incentivo à educação ambiental nas escolas e comunidades; apoio à visita técnica pedagógica; visita a moradores do interior e zona de amortecimento para socializar as inter-relações, os valores e seus objetivos, além da participação em eventos socioculturais na comunidade.
Hermísio Aires ressaltou que outra ação desenvolvida pela equipe técnica do Monaf, bastante procurada pela comunidade escolar, tem sido o suporte às visitas técnicas pedagógicas as escolas de nível fundamental e médio, além de institutos federais e universidades do estado do Tocantins e restados vizinhos interessados em conhecer a importância do patrimônio histórico-cultural.
O supervisor adianta que em 2019 cerca de 1.000 pessoas, entre alunos e professores destas instituições, visitaram o Monaf em busca de conhecimento sobre os elementos paleobotânicos e também sobre os fatos históricos que levaram a criação da UC.