Araguaina

Hospital Regional de Araguaína completa três meses de corredores sem pacientes

Nesta sexta-feira, 11, os corredores do Hospital Regional de Araguaína (HRA) completam 90 dias sem pacientes. O esforço da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), por meio das direções da unidade e Comissão de Reestruturação Gerencial e Assistencial do Pronto-Socorro, tem mantido os fluxos de trabalho, com a metodologia do projeto ‘Lean das emergências’.

“Muitas estratégias foram tentadas para resolver o problema crônico de superlotação, e mesmo após encerramento das etapas do projeto Leans, as orientações principais foram implementadas, mantidas e melhoradas, e estão sendo realizadas com muita dedicação pelas equipes, A contratação de mais profissionais e ampliação de leitos, também contribuiu para manter os corredores vazios”, destacou a diretora-geral, Cristiane Uchoa.

No mês de outubro de 2024, com três meses de corredores vazios, a média de atendimentos mês se mantém estável com 1.600 atendimentos. “A taxa de lotação hospitalar é um indicador que mede a proporção de leitos ocupados em um hospital em um determinado período. Em outras palavras, ela mostra a demanda por internação em relação à capacidade instalada. No levantamento realizado nos últimos três meses, o Pronto Socorro teve uma diminuição de 160 % para a média 110%, e na Unidade de Internação Rápida (Sala Verde) que é o eixo responsável por pacientes nos corredores, de 250 % para 100% de lotação”, explicou a enfermeira responsável pela Comissão do PS, Lauriete Parente.

A diretora de integração multiprofissional, Fabiana Lima, reforçou que, “após a implementação de ações orientadas pelo projeto Lean das emergências, as ações foram fortalecidas com apoio das direções e trabalho intenso da equipe de fluxistas tanto do pronto-socorro como do Núcleo de internação do Paciente, nos processos de internação e alta, para essa melhora significativa dos fluxos”.

Diariamente as equipes realizam reuniões ‘huddle’, às 9h e às 16 horas, onde pendências são trazidas, às 9h horas e devem ser solucionadas até as 16 horas. “É gerado um relatório diário, que fica disponível no Google Drive; outras reuniões são os ‘Rounds’, com toda equipe multiprofissional e equipe médica, para discussão caso a caso sobre a situação clínica dos pacientes e os encaminhamentos que devem ser dados”, explicou a enfermeira, Lauriete Parente.

A enfermeira acrescentou que “foi implementado também no hospital a metodologia de quadros Kanbans, com controle dos dias de internação, pendências e previsão de alta; digitalização dos processos de trabalho, prontuário eletrônico, censos digitais e relatório digital; adequação da estrutura física bem como a criação da sala de procedimento, criação de uma enfermaria de três leitos no local onde era consultório de oftalmologia; consultório da oftalmologia e otorrinolaringologia foram desvinculados e agora possuem salas próprias, consultório de acolhimento médico, abertura do hospital dia com primeiros atendimentos para os pacientes em tratamento da reumatologia”.

A acompanhante Maria Piedade da Silva Rodrigues, disse que sentiu muita diferença. “Eu ando para este hospital há dois anos, desde que meu marido Osorio Gomes desenvolveu uma doença crônica. Já sofri muito ficando no corredor e agora, sempre no leito, sempre arrumam um lugar pra ele, equipe nota 10”.

“Eu estou achando uma bênção, porque nós todos somos seres humanos. E eu já sofri muito nesse corredor, acompanhando pacientes, acompanhando minha mãe, irmão, sobrinho, agora meu pai, que está na enfermaria. Eu até estranhei quando eu cheguei, não vejo mais pessoas no corredor, porque era triste demais, era muito calor. E aí as pessoas com dor, sofrendo, e a gente sofria junto também. E agora eu acho essa mudança muito significativa, estou muito feliz com meu pai acomodado”, comemorou Ana Dalva Mendes, que  está na unidade acompanhando o pai.